sexta-feira, 10 de julho de 2015

sempre séria, sempre quente, sempre viva. ¹

A primeira vez que sentira lhe bagunçara os cabelos. Seu alarme interno disparara. Confusão. Não era algo que fazia parte de seus sentimentos bem controlados. A próxima lufada de vento veio direto no rosto, com cheiro de água e árvores velhas. Com o canto dos passarinhos o alerta de código vermelho soara, gritando em seus ouvidos. Não saberia lhe dizer quando fora a última vez em que se vira sem suas máscaras. Justamente as máscaras que eram religiosamente organizadas conforme as usava.
Medo? Exposição? Vergonha? Como é mesmo o nome do que estava sentindo? Possibilidade? Novo? Da onde estão vindo essas palavras? perguntava-se. O que está havendo? Sua mente respondera: vem da vontade do incontrolável; de se sentir desafiada. Viva. Você está sentindo se viva. Viva outra vez. 

¹ Eliana Muniz

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